Nosso amor pelo estigma

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Você conhece a palavra estigma? No dicionário é: “um sentimento forte de desaprovação que a maioria das pessoas em uma sociedade têm sobre algo, especialmente quando é injusto”. (Dicionário Cambridge em inglês). Estigma é um termo bastante amplo que define um pensamento (coletivo) e negativo sobre uma característica, orientação sexual, tipo de emprego, posição social, etc., incluindo desde temas mais sutis até mais pronunciados.

Você acha que estigmatiza as pessoas? Eu tenho certeza que sim! O ser humano adora isso! Quase que faz parte do DNA, aliás, faz mesmo! Mas na sociedade atual, o que era um mecanismo de sobrevivência, virou um grande inimigo para evolução individual e coletiva. Neste boletim quero te mostrar, que mesmo sem saber ou pensar nisso, sua opinião sobre todas as coisas no mundo pode ser muito prejudicial para os outros e para você mesmo. Fique aqui comigo!

Estigma na sociedade

Não há dúvida que múltiplos fatores determinam as oportunidades e influência que cada indivíduo tem na sociedade. Um exemplo simples pode ser pensar em como alguém é levado muito mais a sério quando está vestindo um terno do que camiseta, chinelo e uma calça rasgada. O que a roupa tem a ver com a capacidade ou seriedade da pessoa? Nada! Porém, nossa mente está sempre tentando adivinhar em quem deve e em quem não deve confiar. Por isso, a roupa se torna um selo de garantia de veracidade, independente do conteúdo. Espero que nesse ponto você já esteja conseguindo pensar em algumas pessoas de boa aparência, mas com discursos duvidosos ou até perigosos.

No caso do estigma, a questão é relacionada a parte negativa desse efeito. Como que podemos julgar alguém por fatores que não tem nenhuma relação com o que se deseja julgar? Você pode definir o quão competente alguém é pela cor da pele? Pode saber o quão confiável é alguém pela orientação sexual? Prever o futuro de alguém pela situação conjugal? O modo de operação da sociedade atual é de exaltar uns e massacrar outros. E quem perde com isso? Todos! Mesmo que haja uma aparente vantagem pelos favorecidos, uma sociedade que estigmatiza pessoas vive tentando se defender dos estigmatizados ou tentando evitar se tornar um deles. Hoje em dia (assim como sempre existiu) algumas pessoas vivem atrás de altos muitos pela aversão de conviver com quem está do outro lado. Mas quem seriam os prisioneiros? Quem está do lado de dentro ou de fora? Essa prisão mental que criamos tem vários níveis e um caminhão de nomes para endereçar cada uma das diferenças. Exemplos? Pobre, gay, preto, drogado, aidético, obeso, psicótico, velho, divorciado, inexperiente, inseguro, falador, blogueiro, fofoqueiro, introspectivo, inconsequente, hesitante, lento, frenético, desorganizado, desligado... ao ler você foi percebendo pesos e níveis de aversão diferentes em cada uma das palavras? Julgamentos e mais julgamentos! Da mais grave a mais sutil, você deve sempre saber que...

Quem com ferro fere, com ferro será ferido

Não ache que você sairá impune ao julgar alguém, pois o juiz que deu a sentença está dentro de você e julga principalmente a você mesmo. Na psicologia é muito clara a leitura de que quem luta ferozmente contra a causa LGBT, por exemplo, tem problemas mal resolvidos consigo mesmo. Poderia ser um medo de ser lido pela sociedade como homossexual, de ter pensamentos homoafetivos, de ter um filho gay e não saber lidar com a situação, ou muitos outros fatores que o façam lutar contra algo externo por não ter capacidade de resolver a inconsistência interna. Veja bem se faz sentido alguém se preocupar com a sexualidade do outro se não fosse justamente devido a algo dentro de si mesmo.

Esse mesmo mecanismo gera inúmeros fantasmas que nos assombram ao longo da vida. Quem estigmatiza pessoas velhas, tem medo de envelhecer; quem estigmatiza a pobreza, morre de medo de ficar pobre; quem estigmatiza peso corporal, tem pavor de estar acima ou abaixo do peso que considera ideal. Quem julga aos outros está fadado a ser um juiz implacável de si mesmo. Te convido a abrir sua mente para pensar em tudo que você julga apenas como características, simplesmente isso. Não é uma pessoa velha ou nova, é simplesmente alguém com a idade X e ponto.

Uma das coisas maravilhosas que aprendi com o coaching e que abriu minha mente foi o conceito de não-julgamento. Simplesmente não julgar as situações e pessoas tira um peso das costas tão grande que a vida toma um novo formato.

Auto-estigma

Para concluir esse boletim, quero falar com você que carrega algum peso de estigma nas costas. Que pensa que existe algo errado com você ou com a situação em que vive, sentindo-se estigmatizado pela sociedade. Infelizmente, quando se espera algo de alguém, seja positiva ou negativamente, essa expectativa tende a ser internalizada. Talvez você lembre de alguma situação da infância quando te disseram que seu desenho não era bonito ou que você fazia tudo errado, e isso te marcou muito durante a vida. Quero te dizer que essas opiniões, embora tenham consequências muito reais, são todas falsas e você não precisa, nem deve, acreditar nelas. Olhe para si mesmo com olhos que apenas observam, mas que não rotulam. Assim você poderá reconstruir de dentro para fora quem você é de verdade.


Minha nota:

Nunca deixe de lutar por uma sociedade mais igual, porém, não viva como se tudo na vida fosse desigualdade. Sempre há o que ser apreciado em qualquer situação.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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