Interno x Externo

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Hoje estava lendo algo que me fez pensar muito sobre como a realidade que apresentamos ao mundo é diferente da realidade interna de todos nós. Também como tendemos a viver mais pela realidade apresentada mesmo que juremos que não. Vou te explicar o que quero dizer nesse boletim.

Um ponto sempre presente, por exemplo, é a aparência. Quantos de nós não se preocupa em como outros irão pensar de nossa aparência? Seja por uma característica do corpo ou pela roupa que usamos. Como sei que você é uma pessoa evoluída, talvez você diga: eu me visto para mim mesmo e não para os outros! – o que você acha dessa ideia? Talvez seja realmente melhor, mas se você parar para pensar de onde vem essa ideia de se vestir para si mesmo e o que é considerado belo ou não? Olhando atentamente veremos que o que vestir para si mesmo tem como referência o que aprendemos durante a vida sobre o que é considerado bonito ou não.

Nesse boletim, como está sempre escrito lá em cima, serve para te ajudar a saber um pouco melhor o que realmente é importante na vida. E essa peça de hoje é fundamental para esse conhecimento.

#Gratidão

A exemplo da palavra gratidão, que se tornou um símbolo de quem se considera espiritualizado, utilizamos palavras para expressar o que queremos mostrar ao mundo (o que é louvável), porém que não demonstram a realidade interior em si. E paradoxalmente, quanto mais utilizamos menos efeito elas têm. Quanto tempo é necessário para sentir gratidão por algo? Seria possível alguém experienciar algo tão profundo quanto gratidão em menos de uns 10 minutos talvez? Uma hora? Um dia? Seria possível sentir gratidão penas por responder alguém com: gratidão? Um grande risco que corremos na vida é a automatização. Quando palavras saem da boca de forma automática, elas já não têm mais a capacidade de transformar e de serem sentidas internamente. E isso acontece muito em diversos meios e relações. Em um meio religioso, a palavra ‘irmão’ pode ser professada sem nenhuma internalização de todo significado embutido; um ‘eu te amo’ sem um respiro profundo e um abraço pode se tornar somente formalidade; assim como ‘gratidão’ sem uma pausa para refletir não garante a gratidão interna e sim somente o desejo de expressar isso ao outro. Gratidão essa que pode não ter raízes profundas.

Obs: Já estou parando aqui para explicar algo a você que utiliza bastante essas palavras: Parabéns! Você já é uma pessoa capaz de ultrapassar muitas das limitações que temos na sociedade. Aqui o que estou te dizendo é para aprofundar essa nobre tendência que já está dentro de você.

Parâmetros internos x externos

Por que essa palavras gratidão tornou-se popular? Na minha opinião é porque todos temos internamente a consciência que existe algo dentro de nós que é muito importante. Sentimentos são importantes e não podem ser ignorados, por isso buscamos demonstrar ao mundo que temos bons sentimentos. Como seres sociais que somos, temos essa ‘urgência’ em demonstrar o que sentimos, por isso, externalizamos pensamentos e sentimentos, mesmo que ainda pouco elaborados. E perceba que: o falar gratidão é algo externo e não interno! Ao falar ‘gratidão’, ‘meu irmão’, ‘que paz’, ‘muita alegria’, etc. jogamos isso para o mundo e esperamos a resposta. Como na maioria das vezes a reposta é positiva, repetimos o ciclo.

Agora vem a mensagem importante desse boletim... medimos a vida majoritariamente por parâmetros externos, mesmo quando acreditamos o contrário. Posso professar muitas palavras de amor, paz e harmonia, sem que isso seja um reflexo de quem sou por dentro. Já fingiu estar feliz alguma vez na vida? Por que fez isso? Já professou algo sem ter certeza? Fazemos isso pela enorme consideração que temos dos parâmetros externos, mesmo que esses parâmetros sejam só o que aparentemente demonstramos ao mundo sobre nossa realidade interna. Por isso, você deve saber que...

Ser é diferente de parecer

Eu já vi anjos desvalorizados pelo mundo que carregavam uma paz interior invejável. Assim como vi pessoas que diziam ter Deus no coração, mas se desesperavam com os problemas diário da vida. Nestes dois exemplos, você percebe a completa oposição? A diferença entre o ser e o parecer? O desejo e esforço em parecer um anjo não torna ninguém um anjo. Normalmente o que acontece é o contrário, o professar algo sem internalizar faz com que nunca sejamos capazes de realmente aprofundar o nobre sentimento em nós. Se você é uma pessoa que externaliza bastante suas nobres crenças, experimente internalizar sem externalizar. Exemplo: invés de postar ou falar gratidão, apenas pare por um momento e sinta essa gratidão de fato, sem falar nada. Para mim até imaginando já é muito diferente. Na internalização não existe pressa para responder, não há preocupação com a resposta; é simplesmente o ser em sua plenitude.


Minha nota:

Escrevi esse boletim com a consciência que ele poderia ser mal interpretado. De forma alguma estou insinuando que quem fala gratidão, ou usa qualquer outro termo, faz isso de forma falsa ou que não deveria fazer. Pelo contrário, o falar gratidão pode ser uma maravilhosa ferramenta para nos tornarmos pessoas melhores nos níveis individuais e coletivos. Porém, quero dizer que existe um mundo mágico muito maior do que simplesmente as palavras que saem da boca, e é provavelmente lá onde iremos encontrar a verdadeira vida.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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