Medo e desejo

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Já teve medo do que iriam achar de você? Já teve medo de ir mal em uma prova? Já teve medo de mudar de emprego?

Se olharmos de perto para essas situações e para muitas outras em nossa vida, poderemos encontrar um ponto em comum... em todas elas existe um desejo de ser bem-sucedido de alguma forma. O desejo de causar uma boa impressão em um grupo de pessoas também me faz ter medo de não conseguir me relacionar bem, mesmo que de forma inconsciente. O medo de não tirar uma nota boa numa prova, esconde o desejo ir bem e estar confortável com exames. Assim como o medo de mudar de emprego esconde um desejo de que na próxima empreitada sejamos mais felizes do que na situação atual.

Eu tenho percebido bastante isso na minha vida atualmente. As coisas que me dão medo são também aquelas que tenho vontade de conseguir fazer bem. Mas confesso que as vezes dá vontade de sair correndo...

Hoje iremos falar sobre como o que desejamos inconscientemente pode apresentar-se como medo consciente e nos fazer seguir o caminho contrário ao que desejamos de verdade.

Percepção

Ninguém tem medo de algo que não é relevante para si. Se eu não me importo com uma pessoa, eu não tenho medo do que ela venha a falar. Mas se trata-se de alguém importante, eu posso ter muito medo de suas palavras. Alguns medos são mais comuns, como os relacionados à segurança e integridade física. Já outros são altamente dependentes do nosso olhar para o mundo. Em geral, coisas que podem ferir nosso senso de valor próprio ou como os outros nos valorizam tornam-se uma ameaça. Pode ser alguém que me xinga no trânsito ou eu passar o dia inteiro com uma roupa rasgada (sentimento de vergonha).

No mundo atual nós desfrutamos de uma segurança que é relativamente alta, por isso nossos medos acabam sendo direcionados para eventos que estão muito mais dentro de nossa cabeça do que no mundo de verdade. A idealização criada pela sociedade de como deveríamos nos mostrar ao mundo, do que deveríamos ser, ter ou pensar, são grandes causadores de medo; uma vez que é impossível atingir esse “ideal” imposto e reforçado a cada outdoor.

Paradoxo

A possibilidade de não conseguir algo que desejamos tem um efeito muito curioso na vida. Quando acaba a esperança de se conseguir o objeto ou situação desejada, tendemos a evitar a situação que levaria comprovação do medo. Imagine que tenho ansiedade social, pois me preocupo muito com o julgamento dos outros e gostaria de ser bem aceito; algo que acaba acontecendo é evitar encontros sociais para que o julgamento não aconteça. Paradoxalmente, quanto menos nos expomos, menos temos capacidade de nos relacionar com outras pessoas. Perceba que inicialmente eu tinha o desejo de ser bem aceito socialmente, porém, acabei indo em uma direção onde nem contato tenho; o que obviamente não me dá a oportunidade de ser aceito.

O mesmo acontece em todas as áreas da vida, como procurar um emprego, onde quero muito ter um trabalho novo, porém o medo da rejeição me faz não procurar. Desejo expressar minha arte, porém o medo do julgamento reprime minhas ideias. E por aí vai...

Essa fuga dos medos também é um dos grandes geradores de depressão, onde nos retiramos do mundo por não conseguirmos aquilo que gostaríamos de ter.

Oportunidade ou ameaça?

É impossível livrar-se do medo de uma hora para outra, mas com certeza é possível trabalhar para controlá-lo. O medo vem quando percebemos algo como ameaça; ao procurar um emprego, se meu olhar está direcionado para rejeição, isso será uma ameaça para meu valor próprio. Porém, se consigo reformular meu pensamento para ver que sem procurar emprego tudo continuará igual, mas se eu procurar talvez consiga, posso reformular a situação como uma oportunidade.

Esta também é uma das grandes sacadas da vida: ver mais situações como oportunidade e menos como ameaça. Medo acontece quando pensamos na possibilidade de não conseguir ou de perder o que desejamos. O oposto acontece quando temos esperança de conseguir, ou pelo menos nos abrimos para buscar o que desejamos, mesmo que não haja garantia de conseguir. Esse é o olhar pelo prisma da oportunidade.

Não por acaso, o que nos dá medo também é o que nos faz crescer. E é através dessa constante batalha que vamos evoluindo a cada dia. Se você evitar tudo que tem medo, estará perdendo muitas oportunidades.

Escrevo para mim

Talvez esse boletim não tenha feito tanto sentido para você, isso porque antes de escrever para você, eu escrevo para mim mesmo. É uma forma de colocar minhas ideias no papel (ou no computador) para que fiquem mais claras. Esse olhar para a vida como uma folha em branco, onde podemos escolher os caminhos que desejamos, tem me ajudado muito a levar uma vida mais leve e com mais gratidão pelas oportunidades, mesmo quando se apresentam como desafios que me dão vontade de sair correndo. Espero que faça sentido para você também e que você possa refletir na sua própria vida com todas suas particularidades.


Minhas notas:

Desejo um excelente final de semana para você!


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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