Liberdade para que te quero

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Quando comecei a trabalhar com desenvolvimento pessoal, uma das frases que lembro era: liberdade é fazer o que quiser a hora que quiser. E esse é um pensamento profetizado por pessoas muito famosas, inclusive da área de autoajuda. É muito interessante como esse pensamento me fez despertar para ser uma pessoa mais livre, porém, com o passar do tempo comecei a ver como esta ideia pode ser muito perigosa se mal interpretada.

Minha inspiração de hoje para escrever esse boletim - Hyde Park/Londres

Minha inspiração de hoje para escrever esse boletim - Hyde Park/Londres

Desde os primórdios, a sociedade tem uma relação complexa com a noção de liberdade. Pensando lá atrás, havia reis, soldados, religiosos, camponeses, escravos etc., cada uma dessas palavras remete automaticamente a uma noção de liberdade, não é mesmo? É bem clara a diferença de liberdade de um rei para um escravo, certo? Avançando para uma sociedade mais moderna, porém mantendo a ideia primitiva de liberdade, quem você acha atualmente que são os reis e quem são os escravos? E qual deles você prefere ser?

A ideia que vem em mente para maioria das pessoas está ligada ao poder e ao dinheiro, ou seja, quem tem mais dinheiro e mais poder, está mais próximo da figura do rei, e quem tem menos está mais próximo da figura do escravo. Certo? Você busca ter mais dinheiro para assim poder viajar, trabalhar menos, realizar seus sonhos e tudo mais? Ou seja, estar mais próximo da liberdade do rei.

Posso questionar delicadamente esse conceito dentro da sua mente? Quando nós falamos em “fazer o que quiser, na hora que quiser” nos atentamos muito ao fazer e pouco ao querer. Significa que o intuito é fazer tudo simplesmente por querer aquilo. Sem nenhum questionamento sobre a validade ou as implicações daquilo que se quer.

Permita-me usar meu exemplo (mas saiba que não estou fazendo apologia a nada), sou vegetariano há 3 anos e vegano há 7 meses (não como ou uso nada de origem animal), e isso não faz nenhum sentido se olhado pelo prisma da nossa frase inicial. Por que alguém iria restringir a si mesmo espontaneamente? Loucura!!! Carne é tão gostoso que não acredito que alguém consiga viver sem! Você pensa assim? Eu concordo plenamente que carne é muito gostoso, com certeza! O que descobri é que é possível viver sem.

Sempre digo que virei vegetariano, não para proteger os animais, mas para domar o animal que eu mesmo sou! A Michelle (minha esposa) é vegetariana desde 15 anos de idade e eu nunca tive problema em não ter carne em nossa casa. O grande porém é que quando tinha carne disponível, em um restaurante por exemplo, eu me tornava um lobo feroz que comia até não aguentar mais. Tudo isso aliado a um mau humor quando estava com fome. Meu basta foi primeiramente dizer para mim mesmo que eu nunca iria morrer de fome e que não deveria ficar mal humorado por isso e logo depois virei vegetariano.

Quando pensamos no que queremos, pouca reflexão fazemos na nossa capacidade de autocontrole. Queremos simplesmente por querer e ainda ficamos tristes e revoltados quando não conseguimos. Se identifica em algo? =D

Foi incrível perceber que as pessoas que me despertaram para um questionamento da vida, me dizendo que eu deveria fazer o que quisesse quando quisesse, são as mesmas que vejo hoje como escravas do próprio desejo. Querer mais simplesmente para satisfazer mais desejos infundados é um ciclo que tem adoecido muitas pessoas no mundo. Sem falar do medo crescente de se perder o que se acumulou. Um exemplo bem claro para mim foi do ator Robin Williams que morreu por suicídio em 2014. Alguém que teve todas as conquistas do mundo e era amado por todos, inclusive por mim, pois seus filmes foram referências para minha infância. Porém, ele mesmo lutava contra um estado grave de depressão com muitos problemas psicológicos. A grande pergunta que fica é: como pode alguém ter tudo e mesmo assim não ser feliz? Ele estava na posição onde a maioria das pessoas gostaria de estar e aparentemente não era o suficiente. O que você acha disso?

Minha reflexão nesse boletim que é você questione também as coisas que você quer, o porquê quer e se isso realmente trará algo positivo ou é simplesmente um jogo de ilusão para que você sempre esteja querendo algo, sem nunca estar satisfeito.


Minha nota:

Nas minhas aulas de psicologia estou aprendendo sobre o funcionamento do cérebro a nível dos neurônios. Minha última semana foi tentando imaginar quão complexo e lindo é o cérebro, como ele consegue fazer tantas coisas e ser um grande regulador de si mesmo. Por tentativa e erro ele, o cérebro, transforma a si mesmo de forma maleável e majestosa. Acho que estou começando a desenvolver uma teoria sobre o ser humano... =D

PS. acabei de perceber que é a segunda vez que escrevo um boletim com o título Liberdade para que te quero. Se quiser ver o primeiro, o link está aqui: https://www.adrianosugimoto.com.br/blog/liberdade-para-que-te-quero


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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