Estímulos para que te quero?

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Vivemos em cidades, na era da informação e constantemente conectados a tudo e a todos. Na sua sincera opinião, seria isso bom ou ruim?

Neste boletim o que trago para você não é a sugestão que tudo é negativo e que você deveria se afastar de toda tecnologia e ser um monge que mora nas montanhas, mas sim fazer com que você reflita em como todos os estímulos que você tem durante o dia tomam conta da sua mente e de certa forma te deixam viciados neles.

Lembra como ele estava semana passada?

Lembra como ele estava semana passada?

Muito barulho

Se você mora ou já morou em uma cidade média ou grande, principalmente na região central, sabe como que o ambiente normalmente é barulhento. São carros, buzinas, construções, pessoas, e muitas outros estímulos visuais e sonoros que invadem nossos sentidos sem nenhuma permissão e com os quais temos que aprender a viver. E para conseguir ter alguma sanidade mental, nosso cérebro ignora grande parte dos estímulos, concentrando-se apenas naqueles nos quais prestamos atenção. Essa ferramenta incrível que é o cérebro faz com que não fiquemos loucos tentando dar conta de cada estímulo que entra pelos sentidos, tornando a vida “vivível”.

Barulho que corremos atrás

Acredito que seja fácil de concordar que todo esse barulho e poluição visual não seja saudável para sua saúde mental, não é verdade? Mas se fossemos olhar para outros tipos de “barulhos e poluições”, quantos estímulos nos colocamos voluntariamente em contato sem nem perceber? O rádio ou a TV ligada o tempo todo, mensagens de WhatsApp de bom dia, boa tarde e boa noite, grupo da família, do trabalho, dos amigos, notícias de todas as tragédias do mundo, futebol, política, jogos de celular, Netflix (que eu adoro), e muito mais que sua imaginação consiga colocar aqui. E o que tudo isso tem em comum? São estímulos que nos colocamos voluntariamente em contato e acabamos ficando “viciados” neles, um vício muito perigoso porque não é visto como tal, sendo completamente aceitável e até incentivado na sociedade.

O celular por exemplo, utiliza o mesmo sistema de recompensas que nossos ancestrais tinham quando achavam uma fruta madura no pé. Cada vez que o celular faz barulho e checamos as mensagens novas, uma dose de dopamina é liberada no cérebro e nos dá uma pequena sensação de prazer. Depois de muitos ciclos de bipe do celular e checar mensagens, um movimento automático é criado ficando quase impossível não checar a mensagem na hora que chega. Já tentou lutar contra o barulho de mensagem nova do seu celular? Meio difícil às vezes, não é?

Tipos de pensamentos

Agora vamos refletir um pouco sobre o que se passa dentro da sua mente durante um dia típico. O que você pensa na maioria do tempo? Mais passado, presente ou futuro? São muitas preocupações? Quanto tempo você consegue concentrar em um único assunto? Você faz uma atividade pensando nas outras? Por que isso acontece?

Uma das características que fizeram nossos ancestrais sobreviverem foi a capacidade de prever perigos, evitando se expor e resolvendo problemas antes que aparecessem. Isso era importante quando vivíamos em uma caverna e precisávamos saber exatamente qual horário que o leão passava por perto para não sermos devorados. Hoje, acho quase impossível que você já tenha visto um leão na vida que não seja em um zoológico, muito menos ter a vida ameaçada por um. Ou seja, a sociedade mudou muito, mas nossa biologia não. Todos os instintos que fizeram o ser das cavernas sobreviver estão dentro de nós e se expressam em formato de previsões de problemas e desastres potenciais, sejam eles plausíveis ou não. Você já se pegou indo viajar de carro e pensando, e se o carro bater? Algumas pessoas têm essa projeção tão forte que nunca entram em um carro, ônibus, avião etc. Seja o seu caso mais intenso ou mais leve, o ponto é que nos expomos a informações, as internalizamos e ficamos presos nelas, sem nem perceber.

É difícil viver sem barulho...

Atualmente é difícil para muitas pessoas passar um dia inteiro sem o celular, ou sem televisão, sem música, sem notícias, sem falar com várias pessoas, sem mandar e-mails, sem whatsapp e muitas outras coisas. E todas essas atividades (muitas delas simultâneas), nos fazem estarmos constantemente olhando para algo externo que chama atenção, com o foco variando entre muitos pontos, sem nunca parar para concentrar em um só assunto. Esses estímulos constantes fazem a mente ficar viciada em algo novo, seja uma mensagem nova, uma notícia bombástica, uma fofoca ou qualquer outro assunto. Nessa situação, o cérebro já não sabe mais ficar sem estímulos, pois cada vez mais ele precisa de alguma novidade para suprir seu vício em dopamina facilmente adquirida.

E o que mais sobre sofre com essa hiperestimulação da mente? Praticamente tudo, pois perdemos a sensibilidade para perceber o que está ao redor. Exatamente como alguém que come comida muito salgada e não é capaz de apreciar um sabor com menos sal do que está acostumado.

Quero te dar dois pontos principais para você refletir:

1 – Falta de profundidade:

Pular de uma tarefa para outra constantemente nos faz perder toda a profundidade e conexão com o que estamos fazendo. Já tentou ler um livro com alguém falando ao lado? Difícil, não é? Mas é exatamente o que fazemos com nós mesmos. Quando conseguimos dizer não para uma mente solta que pensa em tudo ao mesmo tempo e está sempre preocupada, podemos nos aprofundar em qualquer coisa que estivermos fazendo. Seja lendo um livro, caminhando pela rua, conversando com alguém ou mesmo lavando louça.

2 – Falta de viver no presente:

Um ser humano comum usa uma parte do seu tempo para pensar no passado, uma pequena parte para pensar no presente, geralmente devido ao que está fazendo no momento e uma grande parte no futuro. Por que futuro? Porque estamos sempre tentando prever os potenciais perigos no futuro, seja pagar uma conta, buscar o filho na escola, ou pensando em ser demitido. Esses perigos aliás, muitas vezes são infundados e a grande maioria nunca chega a acontecer. Por isso, viver no presente é uma das chaves mais fundamentais para se viver bem. Não significa que não iremos pensar no futuro e sim que as projeções do futuro não serão responsáveis pela maior parte de nossos dias.

O que quero te dizer nesse boletim é: diga não ao bombardeio de informações desenfreadas na sua vida! Saiba escolher momentos para cada tipo de informação e não fique a mercê de tudo que aparece na sua frente, pois assim, você estará moldando sua vida e não deixando que ela seja moldada pelos outros.

Descubra como o silêncio pode mudar sua vida.


Minha nota:

Te desejo silêncio mental para que você observe quem você é de verdade.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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