O lado bom da Dor

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Ontem aconteceu algo que fazia tempo que não acontecia comigo: fiquei doente. O dia inteiro com dor no corpo, sem me aguentar direito em pé, e sem conseguir concentrar para fazer o trabalho que deveria fazer. Creio que fui derrubado justamente por excesso de exercício físico, uma hora de Yoga com a Michelle, mais corridas no final de semana fizeram meu corpo pedir descanso.

E é com essa magnífica experiência de um dia de dor que venho te trazer algumas reflexões as quais juntei durante a vida.

1 - Você não manda em tudo

Estar privado da própria capacidade de pensar e agir pode trazer muita frustração. Quando vivemos a maioria dos nossos dias sendo “saudáveis”, começamos a achar que isso simplesmente é assim e pronto, quando perdemos a “saúde”, parece que temos um inimigo que deve ser combatido a qualquer custo para que assim possamos voltar a vida “normal” que tínhamos antes. O momento de doença nos ajuda a lembrar que não somos nós que mandamos em tudo. Eu não posso decidir se vou ficar resfriado ou não (apenas influenciar através de hábitos saudáveis), assim como não defino se o ônibus irá atrasar, se vai chover, o que os outros irão pensar, etc. Para você que está passando por um momento de doença e que ainda irá passar com certeza (todos nós ficamos doentes várias vezes na vida), quero te pedir para olhar com carinho para a situação e perceber que isso faz parte da vida, e como sendo vida, é aprendizado feito especialmente para você. Na dor aprendemos o que na saúde não podemos ver.

2 - O desejo de não sentir dor causa mais dor

Vi essa ideia pela primeira vez na música “Quando o sol bater na janela do teu quarto” do Legião Urbana, e curiosamente já encontrei essa ideia embutida em tantos outros temas que agora é óbvio para mim. O desejo de se livrar da dor de forma instantânea e mágica, sem passar pelo processo de cura, não traz mais do que mais dor. Toda situação de prazer ou dor se dá por um processo anterior e precisa de um caminho até chegar na próxima etapa. Ninguém que está doente em um momento se cura em minutos, a maioria das doenças não crônicas demoram dias para serem combatidas pelo organismo, e não existe passe de mágica que reduza o tempo desse processo a zero (lembrando que sempre devemos fazer os tratamentos necessários, tudo bem?). Por isso, não se revolte contra a dor, e sim, aceite-a no momento atual e busque as formas com que você pode se curar de forma mais rápida, porém, se submetendo pacificamente a esse processo.

3 - Cada momento deve ser aproveitado de um jeito

Algo curioso aconteceu ontem, eu não tenha capacidade nenhuma para me concentrar e escrever esse boletim para você, porém podia perfeitamente ouvir e compreender pessoas falando. E o que fiz com isso? Aproveitei e assisti todas as aulas pendentes do mestrado, ouvi um áudio book e até assistir a um curso de estatística com o computador ligado na televisão (faltou só a pipoca para virar cinema kkk). Nem sempre vamos conseguir fazer o que planejamos, porém, olhando atentamente, cada momento da vida é mais propício para algo diferente. Talvez seja o momento de aproveitar a pausa para ligar para alguém, escrever algo, ler, refletir na vida, meditar ou mesmo dormir, que foi minha atividade ontem à tarde (estou confessando só para você).

4 - Nada é permanente

Quando estamos tristes ou doentes, muitas vezes agimos como se a situação fosse permanente e que ficaremos assim para sempre. Claro que conscientemente sabemos que não vai ser assim, mas olhe de perto seus pensamentos e sua atitude perante o mundo? Tudo parece alterado, não é verdade? Se ontem eu não tivesse a ideia clara de que em algum tempo eu estaria melhor, provavelmente eu estaria brigando contra meu corpo, me forçando contra ele e já calculando o prejuízo do trabalho não realizado. Por isso, te digo para ter sempre em mente que o estado que você está passando é passageiro. Momentos bons darão lugar a momentos difíceis que tornarão a ser bons, e essa dança da vida é uma grande professora com a qual devemos aprender ao máximo.

5 - A vida é feita de estágios

Você tem medo de morrer? E medo de envelhecer, você tem? Fazendo yoga com a Michelle, na parte de fazer abertura de pernas ela consegue abrir quase que 180º e eu devo ficar nuns 90º. Isso me faz lembrar de que quando tinha uns 10 anos eu conseguia fazer abertura facilmente, mas agora, isso beira ao impossível para mim. O que se pensar disso? No movimento natural da vida, a experiência tende a aumentar e o corpo tende a ter mais restrições. Hoje não consigo fazer 10% dos exercícios que fazia quando treinava Judô, por exemplo, e isso não é algo para causar revolta e sim para ser celebrado. Hoje também tenho uma consciência da vida que nunca imaginaria ter aos 20 anos de idade, que aliás, nem sabia que existia.

Cada momento da vida corresponde a um estágio diferente, viver em um momento querendo estar em outro é criar uma prisão para si mesmo, onde a liberdade simplesmente não existe, pois nossa experiência aqui na Terra é intimamente ligada ao nosso corpo. Só podemos estar no estágio que ele também está. Não tenha medo de envelhecer, nem mesmo de morrer, porque essa é a bela fatalidade da vida que nos faz sermos humanos.

Obs: Não confunda seu estágio de vida com a imagem que a sociedade faz desse estágio. Uma pessoa com mais idade não necessariamente deve viver com dores nas costas sem poder fazer nada na vida. Saiba os limites do seu corpo e desafie a si mesmo, tendo plena consciência de quem é você e do que o seu corpo é capaz.


Minha nota:

Como você deve perceber, hoje estou melhor para escrever, ainda não completamente normal, mas já bem melhor. Aguardando ansiosamente para saber como serão meus próximos momentos de vida.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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