Até onde devo cuidar de mim?

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Provavelmente você já ouviu pessoas dizendo que devemos cuidar de nós mesmos antes de ajudar aos outros. Muitas vezes fazendo a seguinte analogia: é como em uma emergência no avião, é preciso colocar a própria máscara antes de ajudar aos outros.

Você concorda com isso? Mas te pergunto: até onde devemos cuidar de nós mesmo e quando deveríamos cuidar dos outros? É exatamente isso que discutiremos no boletim de hoje.

Tenho estudado muito Mindfulness, e uma das críticas científicas desta técnica é que se for mal utilizada pode levar pessoas a estados de negação. O que significa isso? Que a pessoa pode começar a lidar com os problemas através da negação da existência dos problemas. Ou seja, indo no caminho inverso, ao invés de encarar e resolver, é possível que exista uma fuga deliberada da realidade.

É fundamental que estejamos atentos ao equilíbrio de tudo que acontece a nossa volta. Meditar por exemplo é bom, mas se eu ficar o dia inteiro meditando, sem cumprir as tarefas do meu dia, isso torna-se uma fuga. Este efeito muitas vezes acaba sendo mais pronunciado nos grupos que fazem alguma atividade específica. Pode ser religião, empreendedorismo, coaching, terapias alternativas, yoga, ou qualquer outro grupo. Por um lado, os grupos são extremamente importantes para gerar identificação, sentimento de pertencimento e dar força para que a pessoa continue se esforçando. Porém, se esses agrupamentos se tornam quase que a totalidade das atividades e pensamentos de uma pessoa, temos alguém alienado em si mesmo. Nos últimos anos, o cenário político do Brasil mostrou bem como muitas pessoas vivem mergulhadas em seu pequeno mundo, repudiando qualquer ponto de vista que venha a contradizer sua própria opinião.

Bem... eu não vim aqui te falar de política e sim sobre onde pode estar o próximo passo da sua vida. Quando pensamos em melhorar algo em nós, é muito presente a ideia de “cuidar de si mesmo”, que pode ter inúmeras formas como: caminhar, meditar, gastar dinheiro, comprar coisas, viajar, evitar certas pessoas etc. Perceba como que “cuidar de si mesmo” pode ter muitas interpretações. Isso não seria ruim se fosse algo pontual, porém, algumas pessoas acabam desenvolvendo um modo “cuidando de mim” contínuo. Onde tudo que a pessoa faz é para si de alguma forma. Você percebe isso na sua vida?

Minha sugestão é que quando você sinta a necessidade de fazer algo na vida, que também olhe para tudo que está a sua volta, e não somente para o que você precisa or quer. Olhe para as pessoas que têm grandes dificuldades na vida, e não somente para aquelas com as quais você se sente confortável. Para os cachorros de rua e não somente para o seu cachorro. Para a moradia dos outros e não somente para sua. Para o acesso dos outros a boas condições de vida e não somente as suas. O que você procura pode não estar dentro de você e sim na sua interação com o mundo.

Pense bem... para que cuidar de mim se isso não reflete no meio externo? O que adianta eu ter um castelo lindo se todos os outros não tem onde morar? Meu castelo seria minha prisão. Semelhante a um condomínio fechado, um muro com cerca elétrica ou um local de acesso exclusivo. Não existe vida plena quando existem barreiras entre pessoas. Sei que na sociedade que temos atualmente não conseguimos ainda viver de fato como se fossemos uma grande família, porém o que deveríamos tentar fazer é caminhar em direção a união das pessoas e não à separação.

Separação acontece quando cada um quer cuidar apenas de si mesmo. União acontece quando percebemos que estamos todos conectados de alguma forma. Sendo assim, cuidar dos outros também é cuidar de si mesmo.


Minha nota:

Boa semana!


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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