Vício e ociosidade

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Não está ocioso apenas aquele que não faz nada, mas também aquele que poderia fazer algo melhor.” - Sócrates (469-399 a.C.)

Habitualmente definimos vício como um comportamento repetitivo prejudicial para nossa vida; um comportamento repetitivo. Por definição, é algo que já fizemos muitas vezes; sendo assim, não há novidade em nenhum aspecto. Portanto, quem tem algum vício repete comportamentos muito bem conhecidos por ele mesmo; sabendo exatamente qual é o início, meio e fim do processo.

man-drinking-coffee-and-using-mobile-phone-at-home-2021-05-10-20-51-58-utc.jpg

Ninguém pode ser viciado em algo que nunca fez. E nesse sentido podemos deduzir que existe algo no vício que faz com que a pessoa retorne àquele comportamento, mesmo sabendo que de forma global o resultado será negativo. O que pode existir no vício que é tão atrativo assim?

Além do efeito químico envolvido em muitos vícios, um elemento que quero trazer para nossa reflexão aqui é a segurança, que também pode ser vista como previsibilidade. Ou seja, o vício é uma forma de se obter algo (geralmente algum tipo de prazer) através de um caminho bem conhecido e simples de ser trilhado; como abrir uma garrafa ou acender um cigarro.

O posto do comportamento vicioso seria algo incerto e provavelmente mais difícil de ser praticado. Neste ponto podemos aproximar duas palavras: vício e ócio. Tendo em vista, como disse Sócrates, que o ocioso é aquele que poderia fazer algo melhor e não o faz; podemos observar uma situação em que a projeção do benefício futuro é menos atraente do que a garantia de não se fazer nada ou de fazer tudo do jeito que já se sabe fazer.

Por este prisma, poderíamos ver o vício por um ângulo bem diferente. Onde o viciado é apenas alguém que não tem força suficiente para encarar os desafios da vida, e acaba retornando à segurança do comportamento já conhecido. Este ponto de vista também coloca a todos nós como viciados de certa forma, se levarmos em consideração inúmeros comportamentos que temos como “normais”, mas que não são as melhores atividades que poderíamos estar fazendo. Um simples exemplo disso é pegar o celular para ver algo e passar horas nele, esquecendo de tantas outras possibilidades mais proveitosas que temos ao redor.

Este pensamento me ajudou muito a compreender um pouco melhor minha vida, uma vez que pude olhar para tudo que faço e perceber como muitas das minhas atividades são feitas porque me sinto confortável em fazê-las; já outras (leia-se: procrastinação) são evitadas mais pela minha projeção em serem difíceis do que pela dificuldade da tarefa de fato. Inclusive chego a me ver dizendo que ainda não é o momento de fazer algo mesmo que eu queira fazer. Olhando por esse prisma, posso ver que o que me assusta é a insegurança do que pode acontecer e o que me mantém no comportamento atual é a certeza de ter tudo do jeito que sempre foi.

Popularmente chamamos isso de zona de conforto, que normalmente é visto como o “deixar de fazer algo”. Mas nunca parei para olhar ao contrário: Não estou deixando de fazer certas atividades e sim escolhendo fazer o que é mais confortável. Ou seja, estou viciado na vida que já conheço! Sou um grande realizador dos meus padrões comportamentais e nem percebo isso (Aplausos! kkk). E toda batalha que travo tentando fazer o que eu acho que deveria ser feito é na verdade uma tentativa de mudança de comportamento. É a difícil tarefa de sair de um vício para estabelecer um hábito saudável.

Para mim, ver o que faço rotineiramente como um vício me ajudar a ter mais compaixão comigo mesmo. Sabendo isolar na mente uma determinada atividade, sem deixar que eu fique completamente contaminado com a ideia de que eu nunca consigo mudar nada na vida. Assim posso direcionar meus esforços para pequenos momentos ao invés de querer mudar tudo. Porque quando quero fazer mudanças altamente drásticas, o comportamento atual sempre tem como aliado a força de um vício, normalmente vencendo a batalha em um confronto direto.

Com esse boletim meu desejo é que você tenha um olhar diferente para si mesmo. Sabendo dar mais amor para quem você é do jeito que você é. E ao buscar mudar algo, que você veja que é um processo e não uma batalha onde ou se ganha ou se perde. São pequenas mudanças da direção que nos levam a um destino muito diferente a longo prazo.


Minha nota:

Sexta-feira terei uma novidade para você! Farei o lançamento do meu novo curso de Liderança com Inteligência Emocional. Caso você seja líder de uma equipe de trabalho ou tenha interesse em como liderar com inteligência emocional, esse curso poderá te ajudar muito. Irei te mandar por e-mail um cupom especial no lançamento! =D


Quer entrar para minha lista e receber o boletim #CONSCIÊNCIA no seu email assim que sair? Inscreva-se em: adrianosugimoto.com.br é de graça!

Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

Anterior
Anterior

A relação entre prazer, dever e expectativa

Próximo
Próximo

Felicidade Material