Saindo da rotina por bons motivos

Estou começando a escrever este boletim em um sábado de trabalho em casa, depois de uma semana bem fora da rotina. No último domingo fui ajudar a

Estou começando a escrever este boletim em um sábado de trabalho em casa, depois de uma semana bem fora da rotina. No último domingo fui ajudar a Michelle no laboratório, pois havia muito a ser feito no experimento dela (ela é pesquisadora). Ou seja, emendamos duas semanas de trabalho, ficando sem descanso do final de semana. Segunda-feira acordamos mais tarde, sem fazer Yoga pela manhã :(. Na quarta-feira fui ajudá-la novamente, e dessa vez fomos até perto de 3 horas da madrugada, ou seja, quinta-feira acordamos mais tarde e o dia foi bem diferente do nosso normal. O que gerou uma semana completamente fora da rotina habitual, dormimos e acordamos cada dia em um horário diferente, trabalhando em horários aleatórios, sem fazer exercício físico, e foram poucos os dias que meditei.

 

 

E por que eu estou te contando isso? Porque eu mesmo digo que ter uma rotina saudável é importante, porém, a rotina em si não é o fim e sim um dos meios de se atingir algo de forma mais fácil. Quando acordamos cedo durante vários dias seguidos, a cada dia que passa fica mais fácil acordar, não é mesmo? Mas e se em algum dia você dormir tarde, digamos 3 horas da madrugada, o que é melhor: continuar acordando cedo e ficar com sono durante o dia ou acordar mais tarde e mudar a rotina? Difícil, não é?

Quando focamos no processo da vida sem olhar para o destino de forma abrangente, corremos o risco de ficarmos presos em uma ideia muito limitada, achando que viver bem é apenas concluir tarefas. Nesta minha última semana eu tinha muito trabalho a ser feito que acabei não fazendo devido a essas mudanças de rotina, o que poderia ter me deixado bastante frustrado por ter uma semana em que quase não trabalhei. Porém pensei muito nisso e cheguei a uma conclusão: O que no mundo externo* é mais importante para mim neste momento? Resposta: meu relacionamento com a Michelle! Um problema de trabalho não me afetaria tanto, um problema financeiro não me afetaria tanto, mas se meu relacionamento com ela não estiver bom, significaria que eu estou desperdiçando minha vida ao lado de alguém com a qual não me importo o suficiente para mudar minha rotina.

Ter uma rotina saudável, com exercício físico, meditação e leitura (os meus 3 pilares), é uma forma de ter equilíbrio. Mas equilíbrio para que? Para viver bem com a Michelle e com outras pessoas! Ter passado várias horas ajudando-a no laboratório com certeza aumentou nossa conexão, consegui compreender melhor como é o trabalho diário dela e aprendi a valorizá-lo mais. Aliás, não sei se foi desse trabalho ou não, mas estou com uma dor nas costas enorme há 3 dias já (no domingo)! Então o sacrifício foi ainda um pouco maior, mas valeu muito a pena.

Já ouviu falar em piloto automático? É quando nós fazemos coisas sem pensar exatamente em como fazer, porque fazer, se está certo ou errado etc. Simplesmente fazemos e pronto. A vida às vezes nos faz entrar em um piloto automático desses onde somos engolidos pela rotina e quando algo sai do padrão ficamos muito irritados por não poder fazer as tarefas que fazíamos antes, mesmo que essas mesmas tarefas não estivessem levando realmente a lugar nenhum.

São muitos os exemplos disso, principalmente com os relacionamentos, seja o casamento, os filhos, pais, amigos, colegas de trabalho, no supermercado ou qualquer outra situação, onde estamos tão vidrados em cumprir uma tarefa que passamos por cima e ignoramos todos à nossa volta sem perceber que aquelas relações são justamente o maior motivos que temos para viver. Imagine um pai que trabalha muito para sustentar seu filho, mas que não dá valor para o tempo que passa com ele. Em um domingo à tarde fica preocupado com trabalho ou gastando tempo com outras atividades, ao invés de brincar com o próprio filho. Se você perguntar a ele porque trabalha tanto, ele diria: para sustentar minha família é claro! Você diria que essa pessoa está no melhor caminho possível?

Para concluir o pensamento deste boletim, a ideia é que coisas inesperadas acontecem o tempo todo, e a resposta não é sempre lutar contra elas e sim aprender o que é mais importante em um nível mais profundo. Os dias vão passar e as tarefas realizadas ficarão para trás, mas a conexão com outros seres humanos fica para sempre.

Saiba valorizar o que é realmente importante, e como diz o velho ditado: não fique dando murro em ponta de faca!

*nesta pergunta estou me referindo à relação com o mundo (externo). Pois considero que o mundo interno está em outro nível e deve ser tratado de forma diferente.

Até a próxima!
Um forte abraço,
Adriano.
Postado originalmente em 14 de outubro de 2020.

Categorias: : Ansiedade e estresse, Reflexão

Entre para minha lista de e-mails