Qual o limite entre ser pacífico e ser omisso?

É muito importante ser paciente com os erros dos outros e buscar compreender quais foram os motivos que levaram aquela pessoa a agir daquela forma.

É muito importante ser paciente com os erros dos outros e buscar compreender quais foram os motivos que levaram aquela pessoa a agir daquela forma. Mas o que acontece quando o que a pessoa faz começa a ser demais e incomodar e/ou ferir demais? Quando é mais correto simplesmente ignorar uma ofensa para não gerar situações muito piores no futuro, e quando é melhor realmente confrontar a pessoa para evitar o alastramento de uma situação prejudicial? Na primeira situação estaríamos sendo pacíficos, na outra seríamos omissos. Neste boletim, como em muitos outros, eu não tenho nenhuma resposta definitiva, porém tenho algumas reflexões que irei te trazer e que podem ajudar muito.

 

 

Recentemente me deparei com uma situação nesse sentido. Onde já havia tolerado vários pequenos problemas em prol da harmonia maior do grupo como um todo, ação que realmente considero ter sido adequada. Porém chegou um momento em que algo específico aconteceu, onde várias pessoas se sentiram incomodadas e tiver que agir para resolver o problema de forma bastante energética. Os pontos que levei em consideração são, mais ou menos, estes que trago aqui para você.

1 – Deve haver algum limite

Nós devemos dar liberdade para as pessoas viverem da forma que elas querem. Pois se formos fiscais da vida alheia iremos estar tentando viver a vida do outro e não a nossa própria, que é muito mais importante. Preocupar-se excessivamente com o que os outros falam e fazem gera ansiedade, medo e sensação de falta de controle. Por um outro lado, deixar tudo acontecer sem influenciar nada, pode machucar muito quando alguns limites são ultrapassados. Por isso os limites são importantes e devemos lutar para manter aquele limite que parece adequado para nós, no que diz respeito à interação entre eu e o outro. Importante: isso não significa querer impor sua forma de pensar simplesmente porque você não gosta da roupa que uma pessoa usa ou algo do tipo!

2 - O bem geral vale mais que o bem individual

Somos muito tentados a proteger a nós e a quem gostamos, mas em alguns momentos podemos ficar cegos e cometer absurdos por não olhar para vida de forma abrangente. Quando estamos em um grupo e temos um conflito, é importante avaliar como todos estão sendo impactados e tomar decisões que sejam mais razoáveis para o grupo como um todo e não para satisfazer uma só pessoa. Importante: isso não significa cometer injustiças de um grupo contra uma única pessoa.

3 – Foque-se na ação e não na pessoa

Não concentre seu rancor naquela pessoa por ter feito aquilo. Condene simplesmente a ação, para que quando você estiver de frente com a pessoa em questão, não venha à tona todos aqueles pensamentos negativos criados durante o conflito. Condenar a pessoa é querer ser um juiz de valores e desconsiderar que as pessoas mudam e evoluem. Importante: isso não significa esquecer e agir como se nada tivesse acontecido, é somente considerar que o problema é a ação e não a pessoa, que pode voltar a fazer aquilo ou não, mas aí, a avaliação quem faz é você.

4 – Busque resolver de forma permanente

Enquanto um problema não é resolvido de fato, iremos carregar ele conosco. Às vezes buscamos soluções paliativas por serem mais fáceis, mas que em um longo prazo podem até piorar a situação. Então, quando o limite é ultrapassado, devemos criar formas para que aquilo não aconteça mais. Claro que é impossível prever o futuro, mas sempre temos a noção se a situação foi resolvida de forma permanente, não é verdade? Importante: Isso não significa fechar-se para o mundo e se proteger a qualquer custo. A vida tem riscos intrínsecos que existem simplesmente por estarmos vivos.

Minha mensagem final é: Procure ser sempre pacífico, mas se você puder, seja mais que isso. Seja pacificador, que é aquele que age na promoção da paz, de forma equilibrada e inteligente. Mesmo que isso signifique certa perturbação momentânea.

Até a próxima!
Um forte abraço,
Adriano.
Postado originalmente em 2 de setembro de 2020.

Categorias: : Inteligência Emocional, Reflexão

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