Pontos para reflexão durante a pandemia

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


O mundo passa pelo momento mais difícil da história contemporânea; nunca se viu tamanha pandemia com efeitos tão avassaladores como os causados pela Covid-19. Em especial, o Brasil é o epicentro da doença no mundo atualmente, chegando à beira de 4 mil mortes em 1 dia, e mais do que nunca, o brasileiro precisa aprender e colocar em prática os conhecimentos mais profundos de moral, responsabilidade e espiritualidade.

Em meio ao dilema de “mortes x economia”, ao mesmo tempo que pessoas passam fome por falta de emprego, outras morem por asfixia, não tendo acesso a um respirador. Quero te trazer nesse boletim pontos para sua reflexão diante da atual situação e que podem ser aplicados em cada ação do dia a dia nesse momento.

Dilema Moral

Quem é o responsável pela morte desses mais de 300 mil brasileiros? Se formos pensar lá no fim de 2019, a doença começou a se espalhar através de uma ou talvez 2 pessoas, sendo essas conectadas de alguma forma a morte de quase 3 milhões de seres humanos nesse momento. Aqui em casa, nós contraímos o coronavírus bem lá no começo, em março de 2020, sem nem ficar sabendo exatamente do que se tratava, sendo confirmado apenas meses depois pelo teste que a Michelle fez, dando positivo para anticorpos do vírus. Ou seja, nós provavelmente passamos o vírus para algumas, ou muitas pessoas, sem nem saber; podendo até mesmo ser responsáveis pela morte de algumas delas. O vírus, apesar de ser um problema global, depende da ação de cada indivíduo para se proliferar. Depende do que eu fiz hoje, do que você fez, do seu vizinho, dos seus parentes, amigos, etc. sem nossa colaboração, esse vírus não se espalharia.

Agora eu te pergunto: você está ciente de quantas pessoas você pode ter contribuído e ainda irá contribuir para morrer de insuficiência respiratória? Assim como eu e a Michelle contribuímos? Alguns não têm nenhum sintoma, por isso esse vírus consegue se espalhar tanto, pois uma parte são vítimas e a a outra são apenas veículos. Sei que nós só queríamos voltar a ter uma vida normal, poder conversar com as pessoas e ir aos lugares que gostamos, mas neste momento, cada uma dessas atividades carrega o peso de ser um potencial veículo que levará a muitas outras vítimas do coronavírus. Você consegue viver com esse peso na consciência? Se não tinha esse peso antes, estou te presenteando com ele agora.

Libertação do Egoísmo

Talvez você seja uma das pessoas que esteja dizendo: “mas a economia deve voltar a funcionar para que todos tenham emprego e não passem fome, pois a fome mata mais que o corona!”. Neste momento eu peço licença para conversar apenas com quem não está sofrendo com a falta do básico, ou seja, com quem tem arroz e feijão na mesa e um teto sobre a cabeça. Porque quem não tem o básico nesse momento deve ser tratado de uma forma muito especial. Então, para você que tem o mínimo para viver, te pergunto: será que você não estaria querendo fazer valer sua vontade e colocando a culpa no “giro da economia”? Se seu pai ou seu filho fosse uma das vítimas, você pensaria diferente? Se você leu o boletim da semana passada, falamos sobre racionalização, que é a desculpa que damos quando queremos algo, o tal do “bom e racional motivo”. A estrutura atual na nossa sociedade é muito cruel, ao mesmo tempo que temos pessoas passando fome, temos também pessoas abastadas sem motivação para viver e pensando em suicídio. Neste momento difícil, é dever de quem tem mais ajudar quem tem menos, e isso não deve ser apenas através de pagar por bens e serviços na dinâmica tradicional de mercado que conhecemos. Devemos ajudar pessoas sem receber nada em troca, porque é isso que faz da pessoa um ser humano! Já falei muito aqui de como existem pagamentos muito maiores do que dinheiro. E tenha certeza que fazer nossa parte nesse momento irá trazer um pagamento e motivação para viver muito maior do que qualquer esforço simplesmente para fazer a economia “voltar ao normal”, sem resolver o problema.

A espiritualidade

No boletim da semana passada, recebi vários comentários sobre a apreciação do sol que fiz na nota final. E isso nos traz um ponto importante para o momento atual, como manter a mente saudável diante das restrições? Onde você acredita que está o que te falta? Do lado de dentro ou de fora? No que você já tem ou ainda precisa conquistar? Se hoje fosse seu último dia de vida, como você iria eternizá-lo? Sei que muitos dizem que a felicidade vem através do sucesso profissional, do fazer tudo que tiver vontade, etc. Porém, se olharmos bem para quem atingiu esse tipo de sucesso, veremos que não é bem verdade. Muitas vezes, esse sucesso vem associado a muito estresse, uma vida nada saudável, e muitas vezes, depressão. Em 2014, o mundo perdeu um dos maiores ídolos do cinema, Robbins Williams, que morreu por suicídio. Ontem mesmo falava sobre ele com a Michelle; como pode alguém que teve tudo, que era amando pelo mundo, estar passando por uma grave situação de depressão e acabar tirando a própria vida? Até hoje a conta não fecha na minha mente... como pode? A melhor indicação que tenho é que o sucesso externo não tem nenhuma ligação com o sucesso interno. Se você olhar para pesquisas de felicidade entre países ricos e pobres, verá que pode existir uma certa tendência de pessoas em países ricos serem mais felizes. Mas é uma diferença pequena, principalmente se comparada a diferença entre os bens materiais e poder aquisitivo de cada um dos grupos. A média de recursos dos países ricos é dezenas, às vezes centenas de vezes maior do que em países pobres. O que você pensa sobre isso?

Voltando ao coronavírus, você já pensou no mundo de possibilidades que existem, mesmo com as restrições atuais? Aprender a tocar um instrumento, falar um idioma, pintura, artesanato, se conhecer de perto, conhecer seu próprio corpo, ser honesto consigo mesmo. Se a vida está difícil para sua mente neste momento, perceba a grande chance que você pode estar vivendo de treinar aquilo que nunca foi possível, para que quando a vida volte ao normal, você seja alguém muito mais forte e consciente.


Minha nota:

Volto no ponto que citei no texto: se hoje posse seu último dia de vida, como você iria eternizá-lo?


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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