Felicidade Material

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Ontem estávamos conversando sobre o quanto o dinheiro pode trazer felicidade e isso me inspirou a escrever o boletim de hoje para você. É muito interessante ver como muitas pessoas concordam que dinheiro não traz felicidade, mas quase todos nós gostaríamos de ter um pouco mais de dinheiro. E se perguntássemos o que queremos da vida, uma das respostas mais frequentes seria: ser feliz! Contraditório, não é? Raramente pensamos em formas de ter um pouco mais de felicidade, mas com frequência pensamos em como ter um pouco mais de dinheiro. De forma inconsciente conectamos uma coisa com a outra, mesmo que conscientemente as tenhamos como áreas distintas.

Queria colocar aqui uma imagem de um ratinho na rodinha, mas infelizmente não encontrei nenhuma no banco de imagens. Acabei ficando com uma das 978.234.234 imagens do iPhone para representar esse boletim.

Queria colocar aqui uma imagem de um ratinho na rodinha, mas infelizmente não encontrei nenhuma no banco de imagens. Acabei ficando com uma das 978.234.234 imagens do iPhone para representar esse boletim.

Esteira Hedônica

Um conceito importante é o da Esteira Hedônica, que se refere a uma esteira ergométrica dos prazeres materiais dos quais nunca chegaremos ao fim. Este conceito, que ganhou nome nos anos 70, se refere à tendência que temos de nos adaptar a situação, seja qual for, onde o prazer inicial desaparece dando lugar a um vazio que precisa ser preenchido por uma outra coisa. Isso nos ajuda entender por que a felicidade de comprar um celular novo dura tão pouco, assim como uma roupa, casa, carro, aumento de salário etc. Eu mesmo passo por isso muitas vezes principalmente com eletrônicos; a pouco tempo troquei de celular pois o meu já nem abria mais os aplicativos; antes de comprar parecia que seria algo que mudaria minha vida e eu ficaria muito feliz, porém, um mês depois já é somente um celular. Curiosamente esse efeito acontece toda vez que vou trocar de celular ou de computador, mesmo sabendo disso, sempre sou pego pela armadilha.

Ilusão do estar bem futuro

Os seres humanos têm o instinto de procurar soluções para seus problemas; seja qual for o problema, iremos criar uma estratégia ou história para sair ou justificar aquela situação. Aí que entra o materialismo fornecendo uma excelente ferramenta para planejar a solução dos nossos problemas. Assim a história que criamos é algo do tipo: “eu seria feliz se tivesse uma casa própria”, “tudo que me falta é um bom emprego”, “quando tiver aquela promoção ficarei feliz” ou “quando aposentar irei viver de verdade”. Perceba o padrão de projeção futura, onde a solução sempre está no futuro, no que falta. Dificilmente vemos alguém dizendo: “já sou feliz porque já tenho um emprego” ou “já tenho tudo que preciso pois tenho onde morar”. Isso te lembra algo? (gratidão)

Apego

Existe algo que dói mais do que não ter, e isso é: perder o que se tem! Se uma pessoa ganhar mil reais em um dia e perder 500 no outro, ao final ela estará mais triste do que feliz, mesmo tendo um saldo positivo de 500. Isso porque a dor de perder é muito maior do que a felicidade em ganhar. Talvez a frase mais famosa de buda seja: “todo sofrimento vem do apego”, e ela identifica muito bem esse efeito. Alguém que tem muito dinheiro tende a ficar muito infeliz ao perder, mesmo que o que ele ainda tem seja mais do que a maioria das pessoas no planeta possui. Inclusive a economia explora muito esse apego, basta olhar para o lado e ver o quanto se busca vender segurança, privacidade, garantias, pois o marketing sabe que o ser humano se move muito mais pelo medo do que pela felicidade. Aqui em Londres, todos pontos de ônibus estão agora com a propaganda do iPhone onde o slogan é: “privacidade”. Talvez isso se deva ao fato de que os celulares já têm tanta coisa hoje em dia, que está difícil convencer pessoas que o que falta é um processador ainda mais rápido.

Usar sem se iludir

Se você tem uma mente mais extremista, talvez esteja pensando nesse momento que a sugestão que estou te dando é se abster de tudo que é material, levando uma vida com o mínimo de posses possível, certo? Não exatamente! Eu nunca deixei de ter um celular, um computador (ou vários), e outras coisas que considero importantes. A mensagem crucial aqui é: não depender dessas coisas para viver! Se meu celular for roubado ou cair no vaso sanitário e eu ficar sem por algum tempo até poder comprar outro, não há nenhum problema nisso. Uma perda material não tira nosso valor como seres humanos e nem deveria tirar nossa felicidade. Não há como estar dentro de uma sociedade capitalista sem participar dela de diversas formas, porém se nos deixarmos iludir pela ideia de que existe algo que podemos comprar e isso é a chave que nos falta, estaremos nos colocando intencionalmente em uma esteira infinita, assim como um camundongo naquela rodinha sabe?

A busca

Talvez nós busquemos dinheiro para ter felicidade porque nunca aprendemos a buscar a felicidade propriamente dita. Isso porque a tal da felicidade não é tangível e concreta como os bens materiais. Não há como eu sair por aí exibindo minha felicidade, pois se trata de um processo interno quase impossível de ser delimitado.

Termino por aqui te perguntando: onde está a felicidade?


Minha nota:

No momento estou fazendo um curso novo e buscando uma boa forma de fazer meus vídeos no YouTube. Na semana passada o tema foi: Como ter mais valor próprio (cliqui aqui). Aproveito para te perguntar: você tem alguma dica sobre como meus vídeos poderiam ser melhores? Escreva para mim que eu vou adorar ler sua opinião.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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