Falhas de comunicação
Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.
(Adriano Sugimoto)
Alguma vez na vida você tentou explicar algo para alguém e, não importa a forma que você falasse, o outro não compreendia de forma nenhuma? Por que isso aconteceu? Provavelmente você diria que o outro não tinha capacidade, visão, experiência etc. para te compreender, certo? Mas e se eu te dissesse que a culpa era sua? Você acreditaria?
Neste boletim quero diminuir um pouco a distância entre você e a transmissão da sua mensagem. Vamos lá?
Você fala a mesma língua?
Você já escutou alguém que parecia estar falando grego? Provavelmente você compreendia as palavras, porém a mensagem completa não fazia sentido... Por que isso acontece? Normalmente nós falamos tendo em mente o que se passa dentro de nossa própria cabeça, sem perceber que o outro não assistiu a novela desde o começo! É necessário dar ao outro o contexto da mensagem, é preciso compreender a história da pessoa e saber se aquele assunto é relevante para ela. Lembre-se que é importante se preocupar com a intencionalidade da comunicação para que ela funcione bem.
Várias vezes a Michelle começa a me dizer algo que parece não fazer nenhum sentido – como também faço com ela – e assim que percebo que algo está errado, digo: “espera... do que você está falando exatamente?”. É muito comum fazermos da fala a continuação de nossos pensamentos, sem perceber que o outro não estava no mesmo fluxo de ideias que nós. Para que o outro compreenda é necessário voltar desde o ponto que o pensamento começou a ser elaborado e então iniciar a comunicação.
Você escuta?
Conheci muitas pessoas que diziam ser excelentes ouvintes e que prestavam muita atenção no que os outros diziam. Mas um olhar um pouco mais atento mostrava que elas apenas buscavam ideias que reforçavam o próprio pensamento, isso quando não estavam apenas pensando no que iriam falar em seguida. Escutar de verdade é algo muito difícil! Tão difícil que acredito que são realmente poucas pessoas que conseguem fazer isso de verdade e com consistência. A maioria de nós, assim como eu, escuta um pouco e já volta a ficar preso nos próprios pensamentos. Um excelente exercício é observar seus próprios pensamentos enquanto outra pessoa fala; eles realmente refletem o que o outro fala ou apenas são repetições do seu próprio pensamento?
Outro ponto para se lembrar é que o ser humano vem de nascença equipado com um conjunto de ferramentas de comunicação não verbal do qual não se pode escapar. Ao falar algo, busque perceber no olhar do outro como as caras e bocas dizem claramente a opinião sobre o que você está falando. Já conversei com muitas pessoas que nunca param de falar, independentemente de quanta cara de tédio eu fizesse, pois elas estavam presas demais nos próprios pensamentos para perceber o que eu queria dizer. E sei que eu também faço isso em alguns momentos.
Idealmente, na vida nós devemos escutar mais do que falar. Pois a quantidade que falamos é inversamente proporcional ao quanto pensamos para falar. E o pensamento é justamente o que faz da comunicação algo que tenha sentido.
Aqui está a fórmula mágica:
Para se comunicar efetivamente você deve falar pausadamente, pronunciando cada palavra de forma correta, com sorriso no rosto, estando idealmente a 85 centímetros de distância da outra pessoa. Kkkk brincadeira. Se você lê este boletim há algum tempo, sabe que eu nunca digo que existe uma única forma correta de se viver. E na comunicação isso não é diferente! Não existe fórmula mágica para se comunicar bem; algumas pessoas falam muito devagar e são excelentes comunicadores, enquanto outras falam muito rápido e também transmitem suas mensagens de forma clara e impactante.
Por isso, não existem regras quanto ao formato. O que existe são formas mais adequadas para cada situação e mais adequadas para quem você é! Não é possível simplesmente copiar uma outra pessoa, é necessário aprender quem nós somos primeiro para depois criar nosso próprio formato.
Você é o culpado?
Quando disse no começo que a culpa dos seus problemas de comunicação é sua, não significa que o outro não entende somente por que você não tem habilidades de comunicação; mas sim que sua mensagem não está funcionando. Pode ser algo relacionado à forma, pode ser o momento, pode ser até que não seja uma mensagem que de fato possa ser transmitida para aquela pessoa, pois como falamos no boletim, é preciso falar a mesma língua, e isso vai muito além do idioma.
Minha nota:
Cuide bem da forma com que você se comunica, pois ela é o grande construtor da sua vida e de todos a sua volta.
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Muito obrigado.
Um forte abraço.
E tchau!