Talvez uma das grandes dores do tempo moderno seja a sensação de estar perdendo tempo. De não estar sendo produtivo, não estar realizando nossos sonho
Talvez uma das grandes dores do tempo moderno seja a sensação de estar perdendo tempo. De não estar sendo produtivo, não estar realizando nossos sonhos, de não estar lendo ou estudando, não estar relaxando, de não estar fazendo tudo ao mesmo tempo.
Daí vem uma sensação de que, o mais importante é o título do que fazemos e não o ato de fazer em si. Por exemplo, dizer que eu trabalhei 8 horas hoje é mais importante do que “como” trabalhei hoje. Minha vida tem sido, desde março (início do lockdown), um grande desafio de como organizar o tempo, qual tarefa fazer, como fazer e o principal: o que eu quero mesmo da vida?
No início houve o sentimento de que agora vou ter tempo para fazer tudo já tinha pensado e finalmente vão sair inúmeros projetos que só precisavam de tempo para serem feitos. Você já imagina o que aconteceu não é? O mesmo que aconteceu com quase todo mundo (literalmente), descobri que o tempo não era tanto assim e que na minha cabeça as coisas eram realizadas muito mais rápidas do que na prática. Um dos meus projetos de curso novo por exemplo, teve início no fim do ano passado e somente agora está tomando a forma final.
Por isso, cada vez mais eu assumo que: não vai dar pra fazer tudo! Uma hora de exercício físico, meditação, gravar e editar vídeos, escrever, fazer trabalho voluntário, fazer reuniões e encontros virtuais, podcast e ainda aprender a tocar piano (=D você deve ter visto no fundo dos meus vídeos um piano digital). Não será possível fazer tudo! Simplesmente impossível.
E agora, sabendo que não vai dar tempo para tudo mesmo, a vida vai ficando um pouco mais viável. Começando a ser uma questão de prioridades e de viver, e não mais uma questão de cumprir tarefas. Hoje eu tenho alguns pontos inegociáveis da minha semana, como escrever esse boletim na terça e gravar o podcast Guida da VIDA na quinta. Exercício físico eu encaixo normalmente pela manhã e treino um pouco de teclado no fim da tarde. Outras tarefas seguem um fluxo constante durante os dias, concluindo uma etapa depois da outra.
O importante é saber que as coisas se concluem quando dedicamos tempo à ela e não pela ansiedade e expectativa que temos. Olhando para trás na minha vida, vejo tantas coisas maravilhosas que foram feitas simplesmente porque dediquei tempo para aquilo, nada mais. Não lembro que desespero tenha sigo importante para conclusão de algo.
No final do dia busco dedicar minha vida à minha relação com minha esposa Michelle, pois no final de tudo, nada seria bom se minha relação com ela também não fosse boa. O relacionamento é realmente uma pedra fundamental, as outras são coisas que podem ser mudadas e trocadas sem que façam muita falta. Mas enquanto eu estiver com ela, devo me empenhar muito para viver bem.
Não sei se já te falei, mas sou vegetariano há pouco mais de 2 anos. E essa semana a Michelle me convenceu a ser um pouco mais “vegano” por isso estamos usando uma parte do nosso tempo para aprender receitas novas e criar uma hortinha com temperos. Tudo isso necessita de tempo e vejo que é um tempo muito bem empregado. Pois, trata-se um lindo desafio em prol de algo muito nobre, principalmente quando se pensa no mal que causamos para o mundo sem nem perceber.
Para concluir, o título era: eu gerencio o tempo ou ele me gerencia? Isso porque às vezes parece que estamos correndo atrás de uma máquina e que sempre estamos perdendo a corrida. Mas a vida não precisa se assim. Podemos usar o tempo como um bem precioso e colher dele frutos que nos tornam melhores pessoas. Ao invés de criar um ciclo interminável que só leva a mais trabalho e mais ansiedade.
Até a próxima!
Um forte abraço,
Adriano.
Postado originalmente em 22 de julho de 2020.
Categorias: : Liderança, Produtividade, Reflexão