Conflito!

Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo da forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.

(Adriano Sugimoto)


Conflito! Talvez o elemento mais presente em nossas vidas mesmo que não saibamos disso. O conflito surge quando duas ideias divergentes se veem em confronto por uma necessitar da extinção ou diminuição da outra.

Podemos pensar em conflitos internos, como quando recebemos um troco maior do que o esperado ao pagar algo e um lado de nós quer ficar com o dinheiro, mas o outro não quer se sentir desonesto. Existe conflito porque as duas coisas não podem existir ao mesmo tempo, ou ficamos com o dinheiro criando o sentimento de desonestidade, ou devolvemos o dinheiro para manter a sensação de sermos honestos. Perceba que ou existe o dinheiro ou existe o sentimento de honestidade, mas não os dois ao mesmo tempo. Pois isso, muitas vezes podemos nos julgar muito bons em algum aspecto da vida, porém talvez seja somente a falta de oportunidade para colocar a prova essa característica.

Conflitos internos normalmente passam despercebidos aos nossos olhos (ou sentimentos) e o foco maior é concentrado nos conflitos externos. Esses sim utilizam grande parte de nossa energia diária para combater e são grandes alvos do nosso pensamento com frequência. Seja quando alguém fura fila, não nos atende como gostaríamos, arranha nosso carro, nos xinga, não faz o trabalho que deveria ser feito, não cumpre com o combinado, chega atrasado, .... o que mais vem na sua mente?

Ao ler você criou uma imagem mental de alguma dessas situações em que o outro era o vilão e você estava indignado pelo comportamento dele? Eu coloquei vários exemplos justamente para que você se identificasse com algum deles. =D Perceba o seguinte: raramente nos perguntamos se o que sentimos é correto, justo e adequado, mas com frequência julgamos e determinamos quem está certo e quem está errado (com a tendência para nós estarmos certos), sem medir a intensidade da reação. Isso significa dizer que poucas vezes estamos analisando a situação e o conflito, observando de fato o que levou àquela situação. Na grande maioria dos casos nos encontramos submersos no conflito, sendo aliás uma parte essencial dele. Ou seja, sem nós o conflito nem existiria.

Quero te chamar atenção aqui para a armadilha que nossa mente nos prega, nos fazendo acreditar que sabemos todos os pontos de vista e que temos em mãos a solução exata para o ocorrido, seja ao xingar, chamar o gerente, repreender, olhar fulminante ou o que for. Só que não! A nossa mente completa dos vazios para que tudo faça sentido lá dentro, mas isso não significa que tudo lá dentro esteja correto.

Imagine que você está dirigindo e leva uma fechada de um motorista em um carro em alta velocidade que quase bate no seu carro, na hora você pode criar a imagem mental de irresponsabilidade por parte do outro e todo risco que ele te fez passar. Na sua cabeça neste momento talvez já esteja passando o julgamento de que ele deveria perder a carteira de motorista, que seja parado pela polícia logo na frente ou que merecia bater o carro para aprender. Verdade?

Agora imagine exatamente a mesma situação com um diferencial, desta vez você sabe que dentro do carro está o pai do motorista que está tendo um enfarte naquele exato momento. O motorista é o filho único e sua mãe faleceu devido a um câncer no ano passado. Seu pai é toda família que o motorista tem e caso seu pai venha a falecer, este motorista estará completamente sozinho no mundo. Não esquecendo que este filho que dirige o próprio pai enfartando para o hospital é um enfermeiro que passou o ano de 2020 inteiro salvando vidas no hospital e por isso não teve contato físico com o pai durante todo esse período.

A história mudou? Por quê? Veja que em ambos os casos o que vimos de verdade foi somente alguém nos fechando no trânsito, nada mais. Todo o resto foi nossa mente que criou por conta própria. Se você observar atentamente sua mente, verá que a grande parte dos pensamentos não são fatos e sim projeções e nelas que vivemos na maior parte do tempo.

Meu convite é que você comece a utilizar mais sua capacidade de observar e menos a de julgar, assim os conflitos poderão ser vistos de uma nova forma. Algumas coisas deixarão de ser conflituosas, outras terão soluções que você nunca teria imaginado senão fosse pela observação.

Obs: conflitos não devem ser simplesmente evitados, pois são parte essencial do aprendizado e da criação de uma vida melhor. Pois isso, aproveite seus conflitos.


Minha nota:

Este boletim foi inspirado pelo meu novo curso que será lançado no final de janeiro (eu acredito) sobre gestão de conflitos. Dedicado a detalhar como lidamos com conflitos e quais as melhores formas de resolver cada caso. Este curso será focado no ambiente de trabalho, onde a maioria de nós passa grande parte de nossas vidas e por isso devemos dedicar muita atenção para ele.


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Muito obrigado.

Um forte abraço.

E tchau!

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