Casamento
Este boletim tem como intuito te ajudar a ver o mundo de forma mais clara, sabendo separar o que importa do que não importa, porém em um nível muito mais profundo.
(Adriano Sugimoto)
Dia 31 de outubro foi o dia em que eu e a Michelle fizemos 7 anos de casados. Aproveitando esta data, quero compartilhar com você alguns pontos que podem ser muito úteis para você refletir sobre sua vida e seus relacionamentos.
Estava conversando com uma pessoa que me falou que procurava alguém do mesmo “nível” e que já tinha ficado noivo duas vezes, mas nunca tinha achado alguém que amasse de verdade. O que você acha disso? Por aqui quero começar a construir meu pensamento com você. Já pensou exatamente em o que é um relacionamento? Em especial, o que é um casamento? Normalmente pessoas descrevem a futura pessoa com quem querem se casar como alguém que nos fará feliz, ou uma pessoa cuidadosa, carinhosa, paciente, competente etc. A lista pode acabar ficando tão grande que se torna quase impossível achar alguém assim, e se eventualmente achássemos, o problema então seria nós mesmos.
Grande parte das pessoas, quando pensam em relacionamento, pensam no que irão receber do outro. Quem tem mais clareza, pensa no que irá dar em troca para equilibrar a balança. Mas eu quero te dar aqui uma outra perspectiva. O casamento por si só é uma vida a parte; nele se encontra muito mais do que somente partes de duas pessoas. Quando passamos muito tempo com alguém, principalmente dividindo as contas, a casa e a cama, todo um novo sistema se cria o qual não estava presente dentro de nenhum dos dois, pois aparece justamente através interação e vivência.
Por isso, não ser trata de o que eu dou e o que eu recebo; no estilo: fiz tudo por você e você não me reconhece! Trata-se sim do amor entre duas pessoas que não pede que o outro retribua de uma forma específica, mas que apenas seja ele mesmo.
Brigas
Quem está em um casamento onde fica sempre evitando brigas ou que tem brigas constantemente, precisa muito rever a relação e a si mesmo. Brigas fazem parte de um casamento, porém se forem muito frequentes, significa que ninguém está escutando a ninguém e cada um simplesmente está seguindo seu caminho e tendo o outro como um peso. No meu relacionamento com a Michelle, houveram muito poucos momentos em que brigamos, porém quando isso aconteceu, a relação melhorou muito, pois tivemos a oportunidade de rever tudo pelo qual estamos passando e saber o que queremos ou não queremos. Um casamento não precisa ser algo eterno, ele deve durar enquanto for o melhor para os dois. Quando assumimos que a separação é de fato uma opção, e que ninguém é obrigado a viver com ninguém, podemos tomar a decisão de: ou estar junto de fato ou se separar.
Já quando um casal nunca briga, nem nunca para e acerta os ponteiros, é muito provável que cada um dos dois esteja vivendo em um relacionamento completamente diferente. Onde um só conhece o outro dentro da própria cabeça. Muitas vezes se estabelece uma relação em que invés de usar a comunicação, usamos a imaginação e criamos dentro da mente uma pessoa que não existe de fato. Tentar imaginar ou adivinhar o que outro pensa ou quer é muito perigoso, pois nunca teremos uma imagem fiel da realidade desta forma.
Por isso, não tenha medo de brigar com seu cônjuge, porém saiba que é algo que deve acontecer com uma frequência bem baixa em um relacionamento saudável. E quando acontecer, aproveite ao máximo para refletir, rever a relação e possivelmente deixá-la mais forte do que nunca, pois se você estiver com alguém, é porque você realmente quer isso.
Necessidades
Um erro de casais recém-casados é não perceberem que o outro possui falhas e necessidades. Podemos até nos considerar pacientes e compreensivos, mas quando essa compreensão é requisitada, nem sempre é exercida adequadamente. Ao casar-se, todas pessoas continuam tendo as mesmas necessidades, mesmo que em um casamento elas sejam satisfeitas de formas diferentes. Saber adaptar as próprias necessidades é uma parte importante de um relacionamento, pois a rotina e deveres serão diferentes com certeza, principalmente se houverem filhos. Porém, isso não significa suprimir tudo completamente e ignorar nossas necessidades, mas sim compreender bem quais são elas e quais são as formas adequadas de satisfazê-las.
Também faz parte do jogo do casamento olhar para o outro como uma pessoa que tem necessidades, que talvez nem tenha consciência disso, e que busca inconscientemente satisfazê-las de formas que podem ser muito estranhas às vezes. Aprenda a dar espaço ao outro pois um casal nunca pode viver em um mundo com somente duas pessoas.
Confiança
Você confia nesta pessoa? Uma das grandes dificuldades da nossa sociedade atual é confiar no outro. Por via das dúvidas, desconfiamos antes mesmo de ter algum indício de algo errado. Em um casamento onde um não confia no outro há sempre muita tensão no ar. Um quer verificar a vida do outro e esquece de viver a própria vida. Um ser humano evoluído se basta em saber que ele mesmo está fazendo o correto de acordo com a própria consciência. Meu erro é meu problema, o erro do outro é problema do outro. Se pegarmos um exemplo extremo como traição, quem deve se sentir mal é quem traiu e não quem foi traído. Quem faz algo errado irá inevitavelmente ter que prestar contas à própria consciência, e este é o encontro mais difícil para quase todos seres humanos.
Flores
Acredito que você já saiba, mas não custa lembrar: em um casamento, nem tudo são flores. Existirão problemas financeiros, de saúde, de interesses, de família, de trabalho e muitos outros para serem resolvidos. Quem achou que a partir do casamento todos os problemas estariam resolvidos com certeza, ou se decepcionou ou irá se decepcionar. Principalmente no começo onde há muitas coisas para se ajustarem, também há muito o que um conhecer do outro, e muitos parâmetros a serem acertados, por isso, na prática nada é tão lindo quanto nos filmes.
Construção
Saiba que tudo é uma construção e quanto mais se constrói, mas sólido se torna. Após 7 anos de casamento e praticamente 8 morando juntos, ainda sinto que estamos aprendendo nosso caminho juntos e separados; e quanto mais aprendemos melhor a vida fica. Nunca me senti tão bem com a Michelle ao meu lado e sei que ainda estamos longe do máximo que podemos chegar. Um tijolo após o outro é como um castelo inteiro é construído.
Minha nota:
Agora estou pensando em comprar uma camiseta com o escrito “free hugs” (abraços grátis) para ir para aula, o que você acha? =D
Até a próxima segunda-feira.
Quer entrar para minha lista e receber o boletim #CONSCIÊNCIA no seu email assim que sair? Inscreva-se em: adrianosugimoto.com.br é de graça!
Quer estudar comigo? Veja meus cursos online aqui: adrianosugimoto.com.br/cursos
Muito obrigado.
Um forte abraço.
E tchau!